
Demorou mas aconteceu, um gambá apareceu. Não, não é verso não, o caso é real, recente, de ontem mesmo. Saímos para as indefectíveis compras natalinas e chegamos em casa por volta das onze da noite. A cachorra Filó dormia profundamente, só acordando quando entramos na sala conversando. E foi aí que percebemos que alguma coisa estava errada.
Filó, de repente suspendeu as “comemorações” do nosso retorno, foi até a janela do escritório e começou a rosnar para o lado de fora, escuro como breu. Foi aí que senti falta de minha super lanterna recarregável, vítima fatal de um baita tombo, coitada. Partindo do princípio que cachorros não latem à toa, acendi o flash do smartphone e fui investigar lá no quintal.
Filó, com seus onze anos de idade, uma baita artrose e uma patinha amputada pela metade, passou por mim como se fosse uma bala, pelos eriçados, latindo agressivamente. Não vi nada, mas ela ia de lá para cá, cheirando sem parar o chão, os canteiros e as paredes. Parou perto do banco de cimento e começou a rodar em volta das plantas, latindo de quando em quando.
Eu estava parado ao lado, pensando no que fazer, quando senti que estava sendo observado. Olhei para cima e, dentro do vaso de uma samambaia, enrolado e tremendo, um gambá marrom parecia pedir que alguém tirasse aquela cachorra alucinada dalí. Tremia, coitado!
Imediatamente chamei minha mulher para tirar a Filó lá de fora, o que foi difícil, mas nada que um petisco não resolvesse. Voltei, peguei a câmera, fiz essa foto (coitadinho, deve ter levado um baita susto com o flash), apaguei as luzes e tranquei a porta que dá acesso à nossa casa. Filó sossegou e uns vinte minutos depois, o bichinho já tinha ido embora.
Só aí, depois de uma vistoria no quintal, supervisionados por uma inconsolável cachorra que, aparentemente, queria briga com o gambá, encerramos os trabalhos e fomos dormir o sono merecido de quem tinha vivido uma aventura rural em plena zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
Entre mortos, feridos, magoados e aterrorizados, salvaram-se todos. Fico na torcida para que o ele não tenha dado de cara com os gatos que costumam passear de noite aqui no quintal. Gambás são animais pacíficos e ainda comem escorpiões e cobras (estes sim, espero nunca ver aqui na Urca). É feio, sem dúvida, mas merece nosso respeito. Aliás, vale a pena ler o ótimo artigo do oceanólogo Guilherme Fluckiger, ensinando tudo sobre o simpático bichinho.
Vi uma bela samambaia. Vou ter que acreditar na Filó e na tua palavra, o que vier primeiro
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Ele está enrolado na parte de cima da samambaia, na imagem dá para ver o dorso e parte da cabeça. A foto foi feita meio de longe porque o bichinho já estava estressado o suficiente com o “assédio” da Filó! 🙂
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E ah de se ter o cuidado, pois a mordida da gambá (Saruê) quebra a té os ossos das mãos. Ela adora uma cachaça. É bem brasileira mesmo. =)
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Vixe! Mas o gambá parecia um filhote. Bom, até agora, foi a segunda vez que um deles entra e a primeira que a Filó percebe. Essas aventuras rurais em casa de carioca não costumam terminar muito bem… rsrsrs Um abraço.
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