Mais uma crônica de meu pai. Carlos Emerson foi jornalista do “Diário do Povo”, “Gazeta de Campinas” e “Correio Popular”, todos de Campinas, em SP e correspondente do “O Imparcial”, “O Paiz” e “Correio da Manhã”, no Rio de Janeiro. Escreveu para as revista “Palmeiras” e “Mensagem de Campinas”, bem como para o “Jornal de Campinas”.
por Carlos Emerson
Diário do Povo (1954)
Falava-se na cidade que no bairro do Cambuí os ladrões agiam livremente, sem que a polícia tomasse providências. Diante disso, rumei para para lá e procurei saber de seus moradores o que havia na realidade. E fui anotando uma série de furtos. Muita gente me procurava para contar como havia sido roubada.
De volta à redação da “Gazeta de Campinas” meti-me a dar vida à reportagem. E fui descrevendo o que havia colhido, após um dia inteiro caminhando pelas ruas do Cambuí. Pronta a matéria, entreguei tudo ao Chefe da Redação e no dia seguinte saiu a minha reportagem!
Acontece, porém, que…
Tinha havido um grande banquete na cidade. As autoridades policiais estiveram nesse banquete. Houve fotografias. E a “Gazeta de Campinas” publicou todos os clichês dessa festa da sociedade, cujo motivo não me recordo mais. Mas o paginador do jornal meteu as fotografias na minha reportagem, onde havia uma infinidade de gente que contava como as suas galinhas, patos e porcos haviam sido roubados.
Vai daí não ter faltado gente que me cumprimentou e felicitou. Diziam que eu havia feito uma reportagem sobre furtos de galinhas e havia descoberto a turma que as tinha comido!
Muito bom ! rsrsrs
CurtirCurtir
Valeu, Ana Clara.
CurtirCurtir